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17 04 CentroClima Noticia 2Em 8 de março de 2019, a cidade do Rio de Janeiro enfrentou um forte temporal que provocou alagamentos e deslizamentos, deixando dez mortos. Às 20h55, a cidade entrou em estágio de crise, que é o mais preocupante dos três níveis da Defesa Civil. Além disso, devido aos estragos causados pelas chuvas, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) decretou situação de calamidade pública, que só veio a se regularizar uma semana depois.

Cinquenta e nove sirenes foram tocadas em trinta e seis comunidades em situação de risco. Porém, em outras localidades na mesma situação, esse alarme não chegou a ser ativado. Um exemplo disso é o Morro da Babilônia, no qual houve um deslizamento que deixou três mortos e não soou nenhum alarme. Esse problema ocorre por conta do estabelecimento de um padrão único de índice pluviométrico para todas essas comunidades, embora cada uma tenha a sua particularidade. Logo, de um lado surgem críticas à falta de precisão desses mecanismos emergenciais e por outro lado surge uma crítica ainda mais séria, que é justamente sobre a falta de políticas públicas para evitar tais tragédias ocasionadas pelas chuvas.

O prefeito da cidade, Marcelo Crivella, relacionou o aquecimento global aos temporais da última semana. Estudos elaborados há mais de dez anos já alertavam sobre os impactos da mudança global do clima no Rio. Além disso, a COPPE/UFRJ também desenvolveu uma Estratégia de Adaptação às Mudanças Climáticas da Cidade do Rio de Janeiro, em estudo para a Prefeitura, realizado em 2016. Em uma entrevista ao jornal O Dia, o Prof. Dr. Emilio La Rovere, coordenador do Centro Clima da Coppe/UFRJ, criticou o que ele entende por transferência de responsabilidade. Segundo Emilio, se houvesse uma maior atenção aos estudos produzidos — e um investimento gradual em políticas públicas para melhoria na infraestrutura da cidade — essa situação poderia ter sido evitada.

O prefeito, em outro momento, admitiu falhas em sua gestão, mas também transferiu a culpa das tragédias para a União, acusando o não recebimento suficiente de verba para tocar projetos de melhorias na cidade. Além dos danos relatados, o Museu da Casa do Pontal, principal centro de arte popular no país, sofreu sua maior inundação. O espaço, que conta com um acervo de quatro mil obras, sofre com os alagamentos há oito anos. A Casa do Pontal busca construir uma nova sede para encerrar essa situação que ameaça parte desse acervo, uma obra foi iniciada em um terreno cedido pela Prefeitura do Rio, mas a construção foi interrompida há aproximadamente vinte meses.

Os fortes temporais trouxeram à tona os diversos problemas estruturais da Cidade Maravilhosa. Com eles, surge a necessidade de implantar soluções que trabalhem com estratégias de adaptação a um novo clima em curto, médio e longo prazo e evitar, assim, que mais tragédias como as da última semana continuem acontecendo.

11-04-19 centroclima noticiaEstudo realizado por pesquisadores de 16 países que respondem por 74% das emissões mundiais de gases de efeito estufa concilia as estratégias desses países com as metas do Acordo de Paris, o qual limita o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Os resultados desse trabalho foram publicados em artigo, na Nature Climate Change, dia 25 de março, que tem entre seus autores o professor Emilio La Rovere, e o pesquisador Cláudio Gesteira, ambos do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, sob o título “A pathway design framework for national low greenhouse gas emission development strategies”.

Os pesquisadores desenvolveram caminhos para que 16 países cheguem à metade do século com baixas emissões de CO2 e equivalentes. Esse trabalho é fruto de uma colaboração entre pesquisadores de diferentes países, reunidos no “Deep Decarbonization Pathways Project (DDPP)”. No artigo, os autores descrevem como o framework inovador pode apoiar o desenvolvimento de estratégias setoriais e tecnológicas em cada país consistentes com as metas climáticas do Acordo de Paris.

O projeto é coordenado pelo Instituto pelo Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais (IDDRI) e pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN).

A proposta do DDPP é estabelecer uma abordagem metodológica que combine elementos-chave dos Modelos de Avaliação Integrada (IAM) globais e a literatura de estudos das economias nacionais, setor a setor, “de baixo pra cima”. Isso permite a formulação de estratégias nacionais consistentes com as circunstâncias locais e as prioridades políticas de cada país.

Novos métodos para reduzir as incertezas

De acordo com os pesquisadores, a evolução das tecnologias, condições socioeconômicas e políticas levam a uma grande incerteza a previsões e mesmo a cenários exploratórios. Neste contexto, métodos tradicionais para análise de risco e tomada de decisão não seriam apropriados. A identificação de diferentes estratégias em resposta aos vários futuros plausíveis apoia um processo de tomada de decisão adaptativo, que permite aos agentes políticos aprenderem e se ajustarem a esta evolução.

As projeções dos IAMs ajudaram a demonstrar que o cenário global de baixa emissão é possível, esclarecendo que a meta de restringir o aquecimento global a 1,5ºC requer que o “resultado líquido” (diferença entre emissão e captura de CO²) seja zero ou mesmo negativo até 2050-2075.

A meta climática do Acordo de Paris é segurar o aumento da temperatura média global no limite de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e envidar esforços para que esse aumento, na verdade, seja limitado a 1,5ºC. Isso requer emissões zero (cada emissão “positiva” seria compensada por captura de carbono) de gases causadores de efeito estufa (GEE), na segunda metade do século XXI, como forma de respeitar o limite (“budget”) de até 1.200 gigatoneladas de equivalentes de CO2 remanescentes a serem emitidas.

Segundo o professor Emílio La Rovere, o estudo foi calibrado tendo como meta limitar o aquecimento global em 2ºC. “O cenário de 1,5ºC é o cenário tido como ótimo, mas fica cada vez mais improvável devido à demora dos países em caminharem nesse sentido”, avalia La Rovere, ressaltando que para que as metas globais sejam viabilizadas, as políticas devem ser efetivas em nível nacional.

O Acordo requer que as Partes submetam Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs na sigla em inglês), representando o compromisso voluntário de cada país, no horizonte de 10 a 15 anos, à luz dos objetivos acordados coletivamente. As NDCs devem ser relacionadas a outras metas de desenvolvimento, como as Metas de Desenvolvimento Sustentável (SDGs), que incluem mitigação da pobreza, geração de empregos e acesso à energia. Devido à notória falta de ambição da primeira rodada de NDCs, o Acordo de Paris requer que as Partes submetam novas metas a cada cinco anos.

O artigo completo pode ser lido AQUI.

Fonte: COPPE UFRJ

26 03 CentroClima Noticia

Publication in Nature Climate Change

Every country must have a long-term strategy for climate change, otherwise the Paris pledges will come to nothing — the Deep Decarbonization Pathways (DDP) network proposes a handbook to build their strategies. 

The DDP network publishes a paper in Nature Climate Change showing how the research it has undertaken can help organize cross-society debates about climate change, take decisions to align countries’ actions with climate science, and build public support for the policies and measures needed. 

The Deep Decarbonization Pathways (DDP) is a group of research teams formed in 2014 to build and discuss national long-term strategies compatible with ambitious climate objectives. It operates today in almost 40 countries, under the coordination of the Institute for Sustainable Development and International Relations (IDDRI.org). 

Henri Waisman, lead for DDP initiative at IDDRI, first author of the paper, says: “In all the countries we have analysed, we have demonstrated that it is possible to achieve “deep decarbonization” by 2050, and to do so in a way that meets each country’s socio-economic priorities. Based on lessons learnt from this scientific work, this paper describes our framework for pathway design, which could be widely adopted by countries developing their strategies to meet global climate goals.” 

The DDP research responds to the new policy making agenda set out in the Paris Climate Agreement which requires countries to formulate “long-term low greenhouse gas emission development strategies” (cf. Art 4.19) consistent with global greenhouse gas emission neutrality as early as possible in the second half of the 21st century. The DDP pathway design framework ensures that these strategies reflect country circumstances and national development objectives and can be useful for stakeholder and policy engagement.

Laurence Tubiana, CEO of the European Climate Foundation, said: “The Deep Decarbonization Pathways teams have done a remarkable job ahead of the Paris Agreement and since then, showing the opportunities of a low-carbon future for individual countries and highlighting the value of international cooperation”. 

For Valérie Masson-Delmotte, IPCC co-chair: “The work of the Deep Decarbonization Pathways network complements and reinforces the assessment of the IPCC Special report on “Global Warming of 1.5°C”. It shows how to build concretely, in different national contexts, strategies towards zero emissions that go hand-in-hand with sustainable development.” 

How can each country, region, city or private firm justify that their existing emissions mitigation targets, strategies and actions are “aligned with climate science”? How should each dimension of the society transform and how do these transformations interact with each other? What actions and policies should be implemented immediately in order to trigger the required transformations over time? Under which conditions can deep decarbonization support the sustainable development agenda and be aligned with socio-economic priorities, as self-defined by countries, regions and cities? The DDP approach can provide a basis for societies to debate all these fundamental questions, for reaching a shared assessment about the targets and policies that are truly aligned with the science of climate change and therefore for responding to the call for concrete and efficient climate action.

 

Access to the paper, on Nature Climate Change website HERE.

08 04 centroclima noticiaO encontro pretende mostrar alguns desafios e ações desenvolvidas para mitigar os efeitos das mudanças do clima

Apresentar alguns dos problemas, avanços e desafios do estado, propor investimentos no setor de energias renováveis além de discutir a experiência de um dos países mais avançados em investimentos em energia limpa e conhecer suas ações no setor de adaptação às mudanças do clima e as novas tecnologias de baixo carbono. Essas são algumas propostas do “Seminário: Mudanças do Clima e Energias Renováveis”, que será realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio das secretarias Estaduais de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PE), Infraestrutura e Recursos Hídricos e Desenvolvimento Econômico, em parceria com Consulado Geral da China em Recife. O seminário acontece no dia 24 de abril, no Auditório do Banco Central do Brasil, no bairro de Santo Amaro. 

O encontro contará com a presença de uma comitiva da Província de Qinghai, entre eles o vice-govenador, Wang Liming, além de um grupo de representantes das principais empresas chinesas do setor de energias renováveis. A ideia é estreitar as relações entre o Estado de Pernambuco e a China, assim como, compartilhar experiências no campo de políticas de baixo carbono, energia renovável e setores relacionados. A iniciativa é também uma oportunidade de apresentar o potencial de investimentos no setor de energia em Pernambuco e no arquipélago de Fernando de Noronha. Além disso, o evento contará com a presença do Prof°. Dr°. Emílio Lèbre La Rovere, coordernador do Centro Clima, que apresentará a conferência de abertura do evento. 

Os desafios com relação às mudanças climáticas já fazem parte das ações do Governo de Pernambuco, que em 2015 instituiu o Programa Pernambucano de Micro e Minigeração de Energia Solar (PE Solar). O programa visa estimular e fomentar o mercado fornecedor de equipamentos e serviços para a indústria de energia solar. Também busca incentivar a criação de empresas locais para a instalar este tipo de sistemas solar em instalações para pessoa física e jurídica em todo o Estado.

A China está entre os maiores produtores e consumidores de energia do mundo. Apesar de ser o maior emissor de gases do efeito estufa (GEE), sendo o carvão a principal fonte energética, o país asiático é um dos que mais investe em energia limpa do planeta, tendo a maior capacidade instalada de energia eólica. Eles também exportam painéis solares fotovoltaicos para todo o mundo.

Entre as apresentações do seminário estão o Panorama da Política das Mudanças Climáticas e as contribuições do setor de energia no Brasil; o Plano estadual de Mudanças Climáticas de Pernambuco, suas contribuições, avanços e desafios; os Desafios da Transposição do Rio São Francisco; Florestas Energéticas, mais uma alternativa no cenário das Energias Renováveis, entre outras.  

Serviço: Seminário: Mudanças do Clima e Energias Renováveis 
Data e horário: 24 de Abril de 2019 - 8:30h às 17:30h
Local: Auditório do Banco Central do Brasil, na Rua da Aurora , nº 1259 - Bairro de Santo Amaro.

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13 02 centroclima noticia

The Carbon Pricing Leadership Coalition (CPLC) and the World Bank Group are hosting the world's first International Research Conference on Carbon Pricing on February 14-15 in New Delhi, India. The event is convening over 30 researchers from across the globe to present papers on various carbon pricing themes. These papers have been selected through a review process by an international scientific committee comprising of academics, researchers, and policymakers. The two-day Conference will host over 300 participants and be centered around six central themes: (1) Learning from Experience, (2) Carbon Pricing Design, (3) Concepts and Methods, (4) Political Economy, (5) Decarbonizing the Economy, and (6) Emerging Frontiers. Each day will feature plenary sessions with leading experts, followed by concurrent sessions covering the six themes.

To further understand the evolving challenges to successful carbon pricing implementation and identify areas of future research, the CPLC welcomes scientists, researchers, practitioners, advocates and policymakers to take stock of the carbon pricing knowledge base and strengthen understanding of emerging trends in carbon pricing.

Powerful policies are needed to achieve the large-scale emission reductions required under the Paris Agreement. Putting a price on carbon pollution is one of the most potent and efficient strategies governments and corporates can use to reduce carbon emissions and combat climate change. 88 countries are considering use of carbon pricing initiatives as part of their Nationally Determined Contributions (NDCs). To support these developments, research and analysis will be vital for effective carbon pricing design and implementation. The CPLC Research Conference will explore the existing carbon pricing knowledge base and foster an improved understanding of the evolving challenges to successful carbon pricing implementation. The research from both modeling carbon pricing approaches and their real-world implementation will help bridge the gap between theory and practice and inform future decisions taken by policymakers and corporate leaders.

Further information HERE 

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