Em entrevista para a revista digital Subsea World Magazine, a pesquisadora Sílvia Schaffel (LIMA/PPE/COPPE) salientou a necessidade de estabelecer um marco regulatório e metas para ampliar as operações eólicas offshore, promovendo eficiência e segurança jurídica.
Para a pesquisadora, ainda estamos no primórdio deste tipo de energia no Brasil e ressalta a importância de incentivar a geração de energia elétrica no mar em um cenário de transição para uma economia de baixo carbono e no quadro em longo prazo.
Por outro lado, essas medidas devem ser planejadas e estudadas. Isto, pois há ainda uma demanda de conhecimento acerca dos impactos ambientais dessa atividade e da importância da segurança operacional no que a envolve. Assim, Silvia aponta que as oportunidades para o setor naval no desenvolvimento de navios especializados e para o setor portuário crescem cada vez mais, conforme portos no exterior passam a se atentar para o mercado da energia eólica offshore.
A pesquisadora, junto ao prof. Emílio La Rovere e Fernanda Westin, destaca a necessidade de se criar uma agenda conjunta entre os setores de petróleo e gás e o segmento de energia eólica offshore no Brasil. Desse modo, seria possível o aproveitamento de estruturas marítimas, a descarbonização da demanda energética offshore e o compartilhamento de informações ambientais.
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As nações mais ricas do mundo estão longe de tomar as medidas necessárias para conter o aquecimento global e limitar as mudanças climáticas dele consequentes, aponta relatório divulgado nesta quarta-feira pela Climate Transparency, parceria internacional entre organizações e institutos dedicados à avaliação e pesquisa do tema.
Segundo o levantamento, 82% da energia utilizada pelos países do G-20, grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta, ainda vem de combustíveis fósseis, uma das principais fontes de gases do efeito estufa emitidos pela ação humana, com Austrália, Arábia Saudita e Japão dependendo deles para mais de 90% de seu suprimento de energia.
Assim, se tudo continuar como está, no fim do século a temperatura média da Terra estará ao menos 3,2º Celsius acima da registrada no início da Revolução Industrial no século XIX, muito além da meta de 1,5º Celsius definida no Acordo do Clima de Paris, aponta o documento, intitulado “Brown to green” (“De marrom a verde”, em tradução livre).
Ainda de acordo com relatório, nenhum dos países do G-20 assumiu até agora compromissos de cortes nas emissões compatíveis com este objetivo, e só a Índia está chegando perto, num caminho alinhado a um aquecimento de 2º Celsius, teto do acerto assinado na Conferência do Clima realizada na França em 2015. As nações do G-20 têm um papel fundamental no cumprimento deste compromisso, já que respondem por cerca de 80% das emissões globais de gases do efeito estufa.
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Pesquisadores de 8 países discutem na COPPE, nos dias 26 e 27 de novembro, os avanços de estudos de modelagem econômica do enfrentamento da mudança global do clima.
Esses estudos são fundamentais para o entendimento das implicações econômicas e sociais da mudança global do clima sobre as economias nacionais. Além dos impactos ambientais das mudanças climáticas, causadas pelas emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa (GEE), também as tecnologias introduzidas para seu enfrentamento acarretam consequências econômicas e sociais, tais como: alterações no nível de crescimento econômico (PIB), de preços (inflação), de emprego (taxas de desemprego), de renda e consumo de faixas mais baixas de renda (efeitos sobre a distribuição de renda).
Os modelos macroeconômicos tradicionais, de equilíbrio geral, não são adequados para a análise dessas questões, por terem sido desenvolvidos para análises de curto prazo que não incorporam a dinâmica das inovações tecnológicas, crucial para um desafio como a mudança do clima, que deve permanecer no longo prazo.
Assim, desde o seu segundo Relatório de Avaliação, publicado em 1996, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) preconiza o desenvolvimento e aplicação de modelos matemáticos específicos para a avaliação dessas implicações: modelos híbridos que descrevem variáveis econômicas e sociais mas também ambientais e tecnológicas, incorporando variáveis físicas e monetárias.
O IMACLIM (Imagens do clima), modelo matemático sobre Economia e Mudanças Climáticas, foi elaborado para atender a esta necessidade. Desenvolvido inicialmente como um modelo global por pesquisadores franceses do Centre International de Recherche sur l'Environnement et le Développement (CIRED) de Paris, passou a ser empregado também na análise de diversas economias nacionais: França, Brasil, China, Índia, África do Sul.
Os pesquisadores dos centros responsáveis por sua utilização e pelo seu desenvolvimento para aplicação em outros países (estudos em andamento na Argentina, Rússia e Arábia Saudita), vêm se reunindo anualmente para discutir os resultados de seus estudos.
A Terceira edição desta reunião anual foi organizada pelo Centro Clima do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, com participações presenciais e também por vídeo conferência de representantes de 8 países. Entre eles, o Professor Jean Charles Hourcade, coautor de diversos relatórios do IPCC, e assessor do governo francês em mudanças climáticas, que iniciou a criação do modelo IMACLIM quando diretor do CIRED.
No Brasil, o IMACLIM foi desenvolvido pelo Centro Clima/ COPPE/UFRJ e vem sendo aplicado em diversos estudos que foram utilizados pelo setor produtivo, a sociedade civil e o governo na tomada de decisões sobre os compromissos brasileiros de proteção ao clima global, tais como:
De um modo geral, esses estudos têm permitido ilustrar, além das ameaças da mudança global do clima ao nosso desenvolvimento econômico e social, também as oportunidades para que o Brasil alcance um desenvolvimento mais sustentável com benefícios econômicos, sociais e ambientais, através de uma transição para uma economia de baixo carbono.
No dia 13 de novembro de 2018, ocorreu o Seminário Rio 2030, organizado pela Subsecretaria de Planejamento e Acompanhamento de Resultados e seu Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro.
O seminário teve como objetivo inspirar técnicos de diferentes áreas da Prefeitura para a construção da visão de médio e longo prazo, como parte do processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável. O evento se centrou em olhar para 2050 e pensar em qual tipo de cidade construiremos. Assim, uma das perguntas norteadoras foi: quais passos o Rio precisa dar, partindo do ponto em que se encontra, para cumprir o que propõe a agenda 2030, em linha com as metas dos ODS.
Dentro deste evento, o Professor Emílio Lèbre La Rovere participou da mesa "Cidade saudável, inclusiva, equitativa" junto a demais pesquisadores do tema urbano e do que lhe circunda. A mesa buscou debater a construção de políticas e planos integrados para um crescimento compacto, com universalização do acesso à infraestrutura e espaços públicos verdes, seguros e inclusivos, e implementação da agenda de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
Mesa: "Cidade saudável, inclusiva, equitativa"
Palestrantes:
Emílio La Rovere (UFRJ) – As mudanças climáticas e as perspectivas para a cidade;
Victor Andrade (LABMOB) – Mobilidade e espaços públicos ativos e seguros;
Vera Tângari (UFRJ) – Crescimento da cidade e pressão sobre áreas frágeis e infraestrutura;
Thiago Vasconcellos Barral Ferreira (EPE) – Planejamento energético para o país e as perspectivas da estrutura energética.
Data: 13.11.2018
Horário: 9 às 18 horas
Local: Auditório do Planetário do Rio.
Confira o convite do seminário aqui
Saiba mais sobre o Plano de Desenvolvimento Sustentável da Cidade do Rio de Janeiro aqui
No dia 14 de novembro de 2018, uma semana antes da Cúpula do G20 na Argentina e da COP24 na Polônia, o Climate Transparency irá lançar o Relatório Brown to Green 2018. O lançamento será feito virtualmente, através do Webinar, uma plataforma virtual.
Este documento foi elaborado com a contribuição do CentroClima, que participa do projeto Climate Transparency. Um dos participantes do evento será o pesquisador do CentroClima, William Wills.
Trata-se de uma revisão das práticas do G20 para combater as alterações climáticas. Cobrindo 80 indicadores, ele contém informações acerca das ações de mitigação e de financiamento, e acerca da vulnerabilidade dos países envolvidos. Seu objetivo principal é fomentar debates dentro das nações e orientar os autores de leis com o conhecimento adequado sobre este tema, especialmente antes destes dois grandes eventos.
Data: 14/11/2018
Horário: às 13h no Brasil ou às 15h UTC
Confira a programação aqui
Para mais informações, confira o site do Climate Transparency aqui