O Professor Dr. Emilio La Rovere, coordenador do Laboratório Interdisciplinar do Meio Ambiente e do Centro Clima da COPPE/UFRJ, concedeu uma entrevista a respeito do tema mudanças climáticas à TV Globo que foi ao ar no programa Bom Dia Brasil, no dia 1º de Julho de 2019. O assunto focado em um quadro do noticiário foi a alta nas temperaturas de algumas regiões brasileiras que está causando espanto na comunidade. A explicação para isso é que o inverno brasileiro está sendo afetado pelo fenômeno do El Niño, o que favorece a amplitude térmica e promove temperaturas mais altas do que o esperado para a estação. No entanto, não é apenas isso que deixa o nosso inverno com cara de verão.
O Prof. Emilio, em sua fala, salienta o fato de que essas mudanças climáticas vieram para ficar. Há uma tendência global de que os invernos sejam mais curtos, as primaveras e os verões sejam mais quentes e que a temperatura média continue aumentando. Isso ocorre por conta da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, que proporcionam o aquecimento global. Para o Professor, é importante se adaptar ao novo padrão climático que surge, pois representa uma nova realidade.
Um caso que ilustra essa necessidade de adequação são as fortes chuvas que acometeram a cidade do Rio de Janeiro no início deste ano. Os fortes temporais trouxeram à tona os diversos problemas estruturais da cidade. Assim, surge a necessidade de programar soluções que trabalhem com estratégias de curto, médio e longo prazo para evitar que mais tragédias continuem acontecendo.
Confira AQUI o programa na íntegra.
O Fórum Clima Subnacional, aconteceu no dia 25 de abril de 2019, organizado pelo FBMC/Centro Brasil no Clima (CBC)/Instituto Ondazul, com apoio da FIRJAN e ABEMA e parceria do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Climate Reality Project. O evento foi a primeira resposta à ofensiva dos negacionistas climáticos do governo, de forma sutil e não conflituosa, introduzindo uma equação de poder. Agora, temos no quadro o peso político dos Estados e sua influência em diferentes questões discutidas pelo Congresso.
Seis governadores enviaram, através de vídeos, seus endossos à ideia de que estados brasileiros devem assumir um papel de liderança na questão da mudança climática, permanecer ligados ao Acordo de Paris e dar sua contribuição à NDC brasileira. Foram eles: João Doria (SP), Eduardo Leite (RS), Renato Casagrande (ES) - que também compareceu pessoalmente -, Paulo Câmara (PE), Helder Barbalho (PA) e Romeu Zema (MG). Outros seis entes (Paraná, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amapá, Amazonas e Distrito Federal) enviaram representantes como Secretários e Subsecretários ou outros funcionários de alto nível ligados à questão climática. Já são 12 estados que apoiam oficialmente e participam do conselho de governança climática subnacional. Em um curto período, pode-se adicionar pelo menos mais 8. Assim, serão 20 dos 27 estados brasileiros compromissados com a questão.
O evento, que aconteceu no Rio de Janeiro, contou com a participação do Prof. Emilio Là Rovere, coordenador do Centro Clima da COPPE/UFRJ, que participou da mesa de encerramento, e também com a participação da Prof°. Suzana Kahn, professora da COPPE/UFRJ e ex-vice-presidente do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). Entre os participantes do evento, estavam dois ex-ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e José Sarney Filho, além de organizações empresariais como o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e Ethos, importantes empresas como Braskem e ABIQUIM e personalidades de importantes organizações como o iCS, C40, Observatório do Clima, ICLEI e outros.
O Fórum teve uma intensa cobertura televisiva e repercussão internacional. Confira em: Jornal Nacional, Globo News, Jornal da Globo, Reuters, Valor Econômico, Agência Brasil, UOL Notícias.
O Fórum Clima acontecerá no dia 25 de abril, no Centro Empresarial Firjan, com início às 08:30h. Nessa edição, o objetivo é discutir o papel da ação climática, sob a ótica dos estados brasileiros e avaliar onde estamos, global e nacionalmente, em relação ao tema da adaptação e da mitigação das Mudanças Climáticas e pensar em quais são os riscos e oportunidades para o Brasil.
O evento contará com a presença da Prof°. Suzana Kahn (Programa de Engenharia de Transportes/COPPE/UFRJ) que participará da abertura do Fórum Clima e também com a presença do Prof. Emilio La Rovere (coordenador do Centro Clima/UFRJ) que participará da mesa de encerramento, além de muitos outros especialistas na área.
O Fórum Clima é organizado pelo FBMC/Centro Brasil no Clima (CBC)/Instituto Ondazul, com apoio da FIRJAN.
Para se inscrever, acesse AQUI.
Confira a programação do evento e outras informações AQUI.
No dia 23 de Abril, às 14h, será realizado o próximo evento V GCLIMA. Em 2013, a cidade de Recife foi selecionada pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade para ser uma das cidades modelo do projeto Urban LEDS (Promovendo Estratégias de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono). Nesse contexto, o evento visa fazer uma avaliação das metas de redução de emissões para a Cidade do Recife.
O V GCLIMA terá apresentação dos principais resultados do Inventário de 2016 e 2017 na cidade e contará com a presença do Prof. Emílio La Rovere, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro-participante do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima (IPCC), responsável pelo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa e Plano de Redução de Emissões da Cidade do Rio de Janeiro, no qual contará sobre a experiência desta Cidade na avaliação de suas metas.
Data: 23 de abril de 2019
Horário: 14h
Local: Sala de reunião da Secretaria de Planejamento Urbano – 5° andar – Edifício Sede da Prefeitura do Recife. Av. Cais do Apolo, 925, Bairro do Recife, Recife/PE.
Para mais informações sobre o evento, clique AQUI.
Em 8 de março de 2019, a cidade do Rio de Janeiro enfrentou um forte temporal que provocou alagamentos e deslizamentos, deixando dez mortos. Às 20h55, a cidade entrou em estágio de crise, que é o mais preocupante dos três níveis da Defesa Civil. Além disso, devido aos estragos causados pelas chuvas, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) decretou situação de calamidade pública, que só veio a se regularizar uma semana depois.
Cinquenta e nove sirenes foram tocadas em trinta e seis comunidades em situação de risco. Porém, em outras localidades na mesma situação, esse alarme não chegou a ser ativado. Um exemplo disso é o Morro da Babilônia, no qual houve um deslizamento que deixou três mortos e não soou nenhum alarme. Esse problema ocorre por conta do estabelecimento de um padrão único de índice pluviométrico para todas essas comunidades, embora cada uma tenha a sua particularidade. Logo, de um lado surgem críticas à falta de precisão desses mecanismos emergenciais e por outro lado surge uma crítica ainda mais séria, que é justamente sobre a falta de políticas públicas para evitar tais tragédias ocasionadas pelas chuvas.
O prefeito da cidade, Marcelo Crivella, relacionou o aquecimento global aos temporais da última semana. Estudos elaborados há mais de dez anos já alertavam sobre os impactos da mudança global do clima no Rio. Além disso, a COPPE/UFRJ também desenvolveu uma Estratégia de Adaptação às Mudanças Climáticas da Cidade do Rio de Janeiro, em estudo para a Prefeitura, realizado em 2016. Em uma entrevista ao jornal O Dia, o Prof. Dr. Emilio La Rovere, coordenador do Centro Clima da Coppe/UFRJ, criticou o que ele entende por transferência de responsabilidade. Segundo Emilio, se houvesse uma maior atenção aos estudos produzidos — e um investimento gradual em políticas públicas para melhoria na infraestrutura da cidade — essa situação poderia ter sido evitada.
O prefeito, em outro momento, admitiu falhas em sua gestão, mas também transferiu a culpa das tragédias para a União, acusando o não recebimento suficiente de verba para tocar projetos de melhorias na cidade. Além dos danos relatados, o Museu da Casa do Pontal, principal centro de arte popular no país, sofreu sua maior inundação. O espaço, que conta com um acervo de quatro mil obras, sofre com os alagamentos há oito anos. A Casa do Pontal busca construir uma nova sede para encerrar essa situação que ameaça parte desse acervo, uma obra foi iniciada em um terreno cedido pela Prefeitura do Rio, mas a construção foi interrompida há aproximadamente vinte meses.
Os fortes temporais trouxeram à tona os diversos problemas estruturais da Cidade Maravilhosa. Com eles, surge a necessidade de implantar soluções que trabalhem com estratégias de adaptação a um novo clima em curto, médio e longo prazo e evitar, assim, que mais tragédias como as da última semana continuem acontecendo.