Brussels, September 22 – In order to reach the collective Paris Agreement’s goal of keeping global temperature rises to “well below 2°C”, countries need to submit more ambitious Nationally Determined Contributions (NDCs). This requires to focus not only on countries’ aggregate emission levels, but also on the sectoral transformations needed to drive decarbonisation. Today, the MILES project, coordinated by the Institute for Sustainable Development and International Relations (IDDRI), publishes its results about the key levers to foster these sectoral transformations in the European Union and in 7 key countries (Brazil, China, India, Indonesia, Japan, Mexico and the United States). The results will be also presented to the European Commission in Brussels today.
The MILES project confirms that, to reach the Paris long term goals, countries must consider deeper emission reductions than those implied in their current NDCs. They must also start the enhanced mitigation efforts already in 2020 to align the short-term strategies with requirements for long-term transformations.
A necessary condition to ensure the alignment of the updated NDCs with the longer term transformation required by 2050 is to analyse and communicate sectoral transformation at a granular level - as opposed to accounting only for emissions reductions.
For example in the US, reaching an ambitious 80% reduction of economy-wide emissions in 2050 compared to 2005 levels corresponds to a linear decrease from 2020 through the 26-28% decrease by 2025 in the NDC. But, the US study in MILES shows that following this emission trend would require non-linear transformations, involving for example a tripling of annual low-carbon energy capacity additions after 2025.
“ ’Opening the box’ of sectoral transformations is key for the progressive revision of NDCs and their implementation: it helps identifying concrete short-term policies and measures triggering the required long-term transformations”, says Michel Colombier, IDDRI scientific director.
(for more details, please see the Policy Brief):
> A smooth transition towards 2C requires an acceleration of investment shifts in the energy sector before 2030. For example, the Mexican study shows that, to deliver on its 2050 national mitigation targets, which are consistent with the 2°C global objective, the country should avoid the 2018-2022 gas build-up consistent with its current NDC, and rather pursue a steady increase in renewable energy supply before 2020.
> The diffusion of key emerging low-carbon technologies should be accelerated, which notably requires a scale-up of international collaboration on innovation Current NDCs assume little penetration until 2030 of some emerging low-carbon technologies, while the analysis shows that these solutions would play an important role in low-carbon trajectories after that date. The analysis on China shows an important role for CCS after 2030 despite marginal deployment before that date in its NDC; this points to the need for coordinated early efforts supporting realistic conditions for these deployments through accelerated research, development and diffusion. The European Union study shows a similar conclusion for electric vehicles, which points to the need for adequate policies and infrastructure deployment favoring the accelerated diffusion of these vehicles over the next 15 years and preparing its scale-up after that date.
> Electrification of energy end-uses is not sufficiently considered in current NDCs
This is particularly true in countries such as Japan, where energy efficiency is already very high and decarbonisation of energy is quite advanced, so that electrification therefore represents a key opportunity to reach additional emission reductions.
> Mitigation strategies targeting also non-energy sectors are more cost effective and flexible. The analysis on China shows that the mitigation of only energy-related emissions provides limited associated reductions of other gases than CO2, for instance methane, so that policies specifically targeting non-energy emissions are needed. The analysis shows that, even when such measures are included for agriculture and land-use in Brazil NDC, the concrete mitigation potential are not quantified despite their key role in overall national mitigation.
“The sectoral approach of NDCs reinforces the credibility of country commitments by making explicit the link between emissions targets and national sustainable development objectives. Reconciling these different objectives is essential to maximise social and political support to the transformation”, explained Teresa Ribera, director of IDDRI.
These lessons learnt from the project can help inform the discussions on the stocktake of collective action at the 2018 Facilitative Dialogue and foster the increase of ambition by 2020. “The MILES consortium provides a key contribution to the process launched by the Paris Climate Agreement. It maximises the collective value of NDCs by identifying where international cooperation would be crucial to boost the national low-carbon transformation”, explained Michel Colombier. “This is essential for sending the right signals to non-state actors, notably investors, and enabling the convergence of their own strategies with the collective climate goals,” he added.
MILES is a 3-year project (2014-2017), coordinated by the Institute for Sustainable Development and International Relations (IDDRI) and financed by the European Commission, which brings together research partners from US, Japan, Europe, China, India, Brazil, Mexico and Indonesia in order to develop low-emission development strategies at national and global levels.
O seminário “O Brasil no Antropoceno”, que acontece dia 27 de setembro, de 9h30 às 18h, no auditório do Museu do Amanhã e é inspirado no livro Brazil in the Anthropocene (O Brasil no Antropoceno), lançado em inglês pela editora Routledge em 2017. O evento conta com a participação de diversos dos seus autores entre outros importantes palestrantes com intuito de abordar temas urgentes como mudanças climáticas, redução da biodiversidade, crescimento populacional, economia de baixo carbono e políticas públicas.
É importante salientar que o capítulo 12 do livro - "Pathways to a low carbon economy in Brazil" foi escrito pelo Prof. Emilio Lèbre La Rovere em coautoria com os pesquisadores do LIMA/CentroClima Claudio Gesteira, Carolina Grottera e William Wills, texto interessante que enriquece o debate atual sobre economia do carbono em nosso país.
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O estado do Rio de Janeiro emitiu 92,71 milhões de toneladas de CO² equivalente (CO²e)* em 2015, resultando em um aumento de 40% em relação a 2005, de acordo com estudos do Centro Clima da Coppe/UFRJ, em parceria com o governo estadual. Apresentado, dia 8 de junho, no Museu do Amanhã, o estudo consta do “Terceiro Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa - GEE do Estado do Rio de Janeiro e a Análise da Evolução das Emissões, no período 2005-2015”.
“É como se cada cidadão do estado emitisse 5,6 toneladas de gás carbônico por ano. Um aumento de 30% em relação ao cenário de 2005 (4,3 toneladas de CO²e por habitante). No mesmo período a economia fluminense cresceu 25,5%, ou seja, as emissões superaram o crescimento do PIB”, destacou o professor da Coppe, Emílio La Rovere, coordenador geral do inventário, o terceiro produzido pelos pesquisadores da Coppe/UFRJ, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA/RJ), a Superintendência de Mudanças Climáticas e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA/RJ).
O inventário foi dividido em quatro grandes setores: Energia, Processos Industriais e Uso de Produtos (IPPU, na sigla em inglês); Agricultura, Florestas e Uso do Solo (Afolu); e Resíduos, seguindo a metodologia proposta pelo Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC). O amplo estudo - que incluiu atualização metodológica e ampliou os gases de efeito estufa contemplados, como hidrofluorcarbonos, perfluorcarbonos e hexafluoreto de enxofre - foi realizado em apenas oito meses, de outubro de 2016 a junho de 2017.
“As emissões totais cresceram tanto no período de 2005 a 2010 (13,6%), quanto de 2010 a 2015 (23,2%)”, lamentou Emílio La Rovere, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe. Segundo o professor, o aumento se deve principalmente ao setor energético. “Houve também aumento de 16,5% nas emissões, por habitante, no setor de esgoto, na contramão do esforço de reduzi-las em 2/3. Apesar disso, identificamos reduções significativas, sobretudo nos setores de Agricultura, Florestas e Outros Usos da Terra e de Resíduos”, explicou.
O professor da Coppe também chama atenção para a contribuição do setor florestal. “A ampliação das áreas de conservação ambiental e das atividades de reflorestamento (retirando carbono da atmosfera) foram fatores decisivos para reduzir o percentual de aumento de emissão de gases, totalizando em 40%, em dez anos. Sem esse fator o aumento na emissão seria de 54%”, destacou La Rovere.
Segundo La Rovere, a desagregação do resultado por região revelou que o impacto ambiental foi mais considerável nas regiões Norte- que concentra a geração de energia- e Metropolitana- que concentra a maior parcela da população e das atividades produtivas do estado -, além do Médio Paraíba, por conta da atividade industrial. “Mas existem aspectos conjunturais que devem ser levados em conta na análise, pois 2015 foi ano da crise hídrica, o que levou ao acionamento de usinas termelétricas, consequentemente aumentando as emissões do setor de energia”, ponderou La Rovere.
De acordo com a pesquisadora Carolina Dubeux, coordenadora técnica do inventário, a equipe do Centro Clima seguiu à risca a metodologia do IPCC, mas utilizou também a metodologia do Greenhouse Gas Protocol, que aconselha tratar em escopos diferentes emissões de naturezas distintas. "Separamos transportes para que o setor ficasse em evidência. Separamos as emissões dos processos industriais do consumo das indústrias, e também as emissões dos resíduos industriais, pois assim fica mais fácil para avaliarmos as responsabilidades setoriais do que utilizando apenas a classificação ortodoxa do IPCC", relatou Carolina.
Entre 2010 e 2015, o reflorestamento e a conservação de áreas de preservação permitiram “sequestrar” 395 toneladas de CO² equivalente no estado do Rio de Janeiro. Segundo André Corrêa, secretário licenciado de Ambiente, o estado há cinco anos mantém “desmatamento zero”, aferido pela ONG SOS Mata Atlântica. No período, o governo acrescentou 28 mil hectares às áreas de conservação ambiental, criou o primeiro refúgio da vida silvestre do Vale do Paraíba, na divisa com São Paulo, e instituiu um projeto de monitoramento ambiental semanal via satélite, coordenado pela professora Carla Madureira, do Instituto de Geociências (Igeo/UFRJ).
“Um dos males da política brasileira é a descontinuidade da política pública. Nós procuramos dar seguimento ao bom trabalho que foi desenvolvido pelo Carlos Minc. Espero que o inventário possa ser um estímulo. Nós somos passageiros. Gostaria que (o inventário) fosse institucionalizado no planejamento e empoderado por esse corpo técnico maravilhoso do Inea. O Inea foi capaz em elevar em 55% a quantidade de fiscalizações e licenciamentos, mesmo em plena crise. Inea e Sea têm o melhor capital humano do governo estadual, e seu esforço fez superar as adversidades que o estado vem enfrentando”, afirmou o secretário.
A apresentação do Inventário contou com a presença do diretor da Coppe/UFRJ, professor Edson Watanabe; de Alfredo Sirkis, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; Olga Wehb, superintendente estadual de Mudanças Climáticas; Ricardo Piquet, diretor do Museu do Amanhã; Alfredo Tomalsquim, diretor de Conteúdo do Museu do Amanhã; e José Magela, diretor presidente da empresa Prumo Logística. Durante o evento, os pesquisadores do Centro Clima, William Wills , Mauro Meirelles, Michele Walter e Saulo Loureiro, fizeram breves apresentações dos quatro setores (Energia, IPPU, Afolu e Resíduos) nos quais se desdobram o inventário.
O compromisso assumido pelo Brasil no Acordo de Paris foi reduzir em 43%, até 2030, as emissões de GEE (em relação aos níveis de 2005). No caso do estado do Rio de Janeiro, as suas metas setoriais de mitigação foram definidas no Decreto 43.216/2011, que regulamenta a Política Estadual sobre a Mudança Global do Clima e Desenvolvimento Sustentável (Lei 3690/2010).
As metas estaduais de redução previstas até 2030 são: 65% de emissões no esgotamento sanitário; 65% no tratamento de resíduos sólidos; 30% no setor de transportes e também 30% no consumo energético do setor público (em relação aos níveis de emissões de 2005). Em resumo, a meta de mitigação requer que a intensidade de carbono do PIB (emissão de CO²e a cada real produzido pela economia) estadual em 2030 seja inferior a de 2005. No entanto, a intensidade elevou-se 11,5% no período analisado.
Em 2005 o estado emitia 66,22 milhões de toneladas de CO² equivalente (CO²e). Em 2010, passou a emitir 75,56 milhões de toneladas e, em 2015, 92,71, resultando em aumento de 40% (54%, caso seja descontado o reflorestamento muito efetivo neste período). O PIB cresceu 25,5% no período, ou seja, as emissões cresceram mais rapidamente do que a economia, na contramão dos objetivos da política ambiental fluminense.
Segundo o professor Emílio La Rovere, o inventário é um instrumento de planejamento, e não um fim em si mesmo. “É para conhecermos o passado, anteciparmos tendências e planejarmos o futuro, sabendo onde priorizar e focar nossa ação. Os números estão frescos ainda. Precisamos nos debruçar sobre eles, dar um zoom para partirmos para um plano de ação. Se os resultados forem mais lentos, eu não vejo problema em rever as metas. Meta não é algo escrito na pedra, a gente pode ajustar ao ritmo. O importante é não achar que, como um maná, o resultado cai do céu”, enfatizou .
La Rovere defendeu que o planejamento deve ser dinâmico. Por isso, ferramentas, como o inventário, devem ser constantemente atualizadas. “O processo é tão importante quanto o resultado. Além dos números gerados, a capacitação e a formação são importantes para que as entidades estaduais possam implementar propostas para a redução das emissões de gases causadores de efeito estufa”, concluiu o professor.
* unidade que congrega todos os gases causadores do efeito estufa
Fonte: Planeta COPPE
O Prof. Emilio La Rovere participará hoje do Programa Sem Censura, na TV BRASIL, de 17h às 18:30h, onde falará sobre Mudanças Climáticas.
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As emissões de gases de efeito estufa, ou gás carbônico (CO2) equivalente, no estado do Rio de Janeiro cresceram 40% entre 2005 e 2015, segundo pesquisa feita pelo Centro Clima do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ). O aumento foi superior ao do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no estado) e ao crescimento da população no Rio no mesmo período.
Os resultados do Terceiro Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Estado do Rio de Janeiro e a Análise da Evolução das Emissões, no período 2005-2015, foram apresentados hoje (8). Os dados permitem comparar os números obtidos às metas estabelecidas pela política estadual de mudanças climáticas.
As emissões totais de gases de efeito estufa no estado, em 2005, atingiram 66 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Esse número evoluiu para 75 milhões, em 2010, passando para 93 milhões de toneladas de CO2 equivalente em 2015, mostra o estudo, divulgado também pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). “A gente vê uma evolução, em dez anos, de 40%”, disse o coordenador do Centro Clima, Emílio La Rovere.
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