O Brazil Climate Action Hub foi um espaço aberto e plural na COP25 onde governos subnacionais, sociedade civil, parlamentares e setor empresarial promoveram discussões sobre soluções e desafios da ação climática no contexto brasileiro e latino-americano. Através do hub, a sociedade brasileira marcou presença na COP25, em Madri. A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo de tomada de decisão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), também conhecida como UNFCCC (do original em inglês United Nations Framework Convention on Climate Change), que realizou sua vigésima quinta reunião organizada e presidida pelo Chile, entre os dias 2 e 13 de dezembro na capital espanhola.
O professor Emilio Lèbre La Rovere, coordenador do Centro Clima, participou de um dos eventos da programação do hub. O “Innovations in Climate Finance: the positive pricing of avoided carbon” ocorreu no dia 4 de dezembro de 2019 e reuniu especialistas como Alfredo Sirkis, do Centro Brasil no Clima, e Jean Charles Hourcade, diretor do CIRED, da França. A pauta do debate partiu da Decisão da UNFCCC que aprovou o Acordo de Paris (parágrafo 108), que reconhece “O valor social, econômico e ambiental das ações de mitigação (…)”. Ao estabelecer que as ações de mitigação que têm um valor econômico, esta decisão instituiu um princípio de preço positivo que pode coexistir com o preço atualmente considerado do próprio carbono.
Segundo a fala dos participantes, uma maneira de implementar um preço positivo do carbono seria um Climate Club de governos e/ou instituições financeiras dispostas a conceder garantias calibradas em um valor por tonelada de emissões evitadas de carbono para apoiar pações com condições AAA de financiamento. Isso abriria o acesso ao capital privado e a empréstimos bancários de mais longo prazo e a taxas de juros mais baixas, além de ajudar a apoiar o surgimento dos projetos de mitigação necessários para alcançar metas mais ambiciosas do que a soma dos NDC’s atuais. Assim, no evento foram debatidas questões relevantes, incluindo as implicações para o sistema bancário: Como o valor intrínseco das ações de mitigação pode ser finalmente reconhecido pelos bancos centrais e agências de classificação? O ‘minus carbon’ pode se tornar o "novo ouro"? Ele pode realmente se tornar um tipo de moeda para pagamentos interbancários como uma criptomoeda?
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