Em entrevista à jornalista Maria Claro Machado, Emilio La Rovere, coordenador do Centro Clima da Coppe/UFRJ, trouxe reflexões sobre as vantagens e desafios do baixo teor de carbono do petróleo brasileiro no contexto do mercado global de carbono.
Segundo La Rovere, embora o petróleo brasileiro se destaque pela baixa emissão de carbono – com médias abaixo da mundial –, o impacto prático dessa característica ainda é limitado no mercado global. “A lógica do mercado mundial de carbono e das políticas de taxação de carbono tende a favorecer produtos com menor pegada ambiental, mas, no caso do petróleo, o alcance dessa vantagem ainda é incerto e enfrenta desafios de certificação e implementação”, explicou o professor.
Ele destacou que, mesmo com a finalização das negociações do mercado mundial de carbono durante a COP29, realizada em 2024, a conversão da baixa intensidade de carbono em ganhos econômicos significativos dependerá de como os mecanismos de taxação e ajuste de carbono na fronteira serão implementados por países importadores, como os da União Europeia.
Além disso, La Rovere ressaltou a importância da certificação para garantir a competitividade do petróleo brasileiro. “Sem a certificação adequada, mesmo com baixa emissão, o produto pode enfrentar dificuldades para obter reconhecimento no mercado global”, afirmou.
Apesar das incertezas, La Rovere reconheceu que o atributo de menor intensidade de carbono já tem orientado novos projetos de exploração no Brasil. Ele acredita que, com o avanço regulatório e tecnológico, o país poderá ampliar ainda mais a produtividade enquanto reduz as emissões, consolidando o petróleo nacional como uma opção competitiva e sustentável no cenário global.
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Fonte: MegaWhat