Com base no consenso do risco gerado pela exposição das cidades aos impactos das mudanças climáticas, torna-se preciso repensar toda a lógica de gestão desses espaços, de modo que surjam medidas eficazes capazes de reduzir a vulnerabilidade das áreas urbanas. Para tal, é preciso uma colaboração entre cientistas e profissionais capacitados para entender o novo paradigma urbano e propor um aprimoramento do potencial de adaptação e de resiliência das cidades em frente a tais impactos.
Nesse contexto, a Urban Climate Change Research Network (UCCRN) convidou governantes, representantes subnacionais, cientistas, organizações não governamentais, empresas e partes interessadas para discutir sobre como as cidades estão usando a ciência para tomar medidas para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 °C. O evento, entitulado “Science for 1.5C Cities: Actions towards 1.5°C from a Global Network of Scientists, Practitioners, and Decision-Makers”. O evento, que antecedeu a Cúpula de Ação Climática da SG das Nações Unidas, aconteceu no sábado, 21 de setembro, das 11:30 às 13:00, na Conference Room 12, UN HQ, New York City.
A UCCRN é um consórcio de mais de 1.000 pesquisadores e especialistas dedicados à análise da mitigação e adaptação às mudanças climáticas sob uma perspectiva urbana. Durante o evento a associação lançou no UCCRN website (www.uccrn.org), seu segundo relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas e Cidades (ARC3.2). Este sintetiza o conhecimento científico global sobre os riscos climáticos para as cidades e as alternativas e soluções para responder aos mesmos.
A UCCRN possui um Centro Latino-Americano, sediado pelo Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e pelo Centro de Estudos Integrados em Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), sob a coordenação da Prof. Martha Barata, da FIOCRUZ e Prof. Emilio La Rovere, coordenador do Centro Clima, da COPPE-UFRJ. Durante o evento “Science for 1.5C Cities: Actions towards 1.5°C from a Global Network of Scientists, Practitioners, and Decision-Makers” a professora Martha Barata apresentou as medidas que estão sendo adotadas em cidades da America Latina para responder ao risco climático, dentre as quais destacou a estratégia de adaptação a Mudança do Clima desenhada para a cidade do Rio de Janeiro, sob coordenação do CentroClima e o trabalho de parceria entre UCCRN, NASA e o Instituto Pereira Passos da cidade do Rio de Janeiro para aprimoramento do conhecimento das áreas sensíveis a elevação do nível do mar, o que subsidia o planejamento das atividades e expansão da cidade.
O evento, que antecedeu a Cúpula de Ação Climática da SG das Nações Unidas, aconteceu no sábado, 21 de setembro, das 11:30 às 13:00, na Conference Room 12, UN HQ, New York City. Além disso, no domingo, 22 de setembro, das 15:00 às 18:00, ocorreu a Reunião Estratégica da UCCRN na Roosevelt House (47-49 E 65th St, Nova York, NY 10065), que objetiva discutir planos para o futuro. Um relatório com as conclusões de ambos os eventos será divulgado em breve.
O Centro Clima/COPPE/UFRJ e o Centro Brasil no Clima – CBC (ONG dirigida por Alfredo Syrkis) lançaram em evento realizado na SEARJ, no Rio de Janeiro, em 28 de agosto de 2019, o relatório final do projeto “Indicadores de Monitoramento, Relato e Verificação – MRV do Cumprimento dos Objetivos da NDC do Brasil”, realizado de abril de 2018 a julho de 2019 para a ICAT – Initiative for Climate Action Transparency.
A NDC – Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil para o Acordo de Paris estabelece a meta de redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa – GEE do país em 2025, e de 43% em 2030, em relação às de 2005.
O Acordo de Paris foi adotado na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (em inglês, United Nations Framework Convention on Climate Change ou UNFCCC) e aprovado pelos 195 países integrantes. Seu objetivo é reduzir emissões de GEE no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
A equipe do Centro Clima, coordenada pelo Prof. Emilio La Rovere, elaborou 3 cenários para as emissões de GEE do país até 2030. No cenário A tendencial, que supõe a continuidade do desempenho das políticas e medidas tomadas pelo governo e demais agentes econômicos da sociedade brasileira, o Brasil não consegue cumprir as metas estabelecidas. No cenário B os objetivos seriam atingidos com folga, caso houvesse um melhor desempenho e um aprofundamento de políticas e medidas de mitigação das emissões de GEE, principalmente no setor de AFOLU – Agricultura, Florestas e Uso do Solo. Já no cenário C as metas poderiam ser atingidas com medidas de mitigação mais ambiciosas nos demais setores da economia.
A principal inovação do estudo foi o desenvolvimento pelo Centro Clima de uma bateria de indicadores, desagregados por setores e subsetores da economia, para monitorar o cumprimento dessas metas, fornecendo ao gestor público e à sociedade um painel de controle sobre o atingimento de metas intermediárias ao longo do tempo, sinalizando uma trajetória de cumprimento (ou não) das metas e permitindo a adoção de medidas corretivas de modo a assegurar o cumprimento dos compromissos do Brasil no Acordo de Paris.
Em entrevista à jornalista Leila Sterenberg, que efetuou a cobertura do evento para a Globo News, o professor Emilio e Syrkis falam sobre as expectativas, previsões e requisitos que permeiam o cumprimento da meta de redução da emissão de gases de efeito estufa estabelecida para o Brasil.
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Foi defendida no PPE em 25 de junho de 2019, como um produto acadêmico de uma linha de pesquisa do Centro Clima, a tese de doutorado de Saulo Loureiro, sob o título “Mitigação das Emissões dos Gases de Efeito Estufa pela Implementação de Políticas Públicas de Resíduos Sólidos e Mudanças Climáticas no Brasil e no Estado e na Cidade do Rio de Janeiro”. Saulo Loureiro é graduado em Engenharia Civil pela UFRJ (1999), Mestre em Engenharia Civil, área de concentração em Geotecnia Ambiental, pelo Programa de Engenharia Civil da COPPE/UFRJ (2005). Doutorando em Planejamento Ambiental pelo Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ. Pesquisador e Tecnologista em Metrologia e Qualidade do INMETRO, Auditor-líder de acreditação, Pesquisador e Consultor do GETRES (Grupo de Estudo de Resíduos Sólidos) e do CENTRO CLIMA (Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas), da COPPE/UFRJ. Possui experiência nas áreas de Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Qualidade, Avaliação da Conformidade, Auditorias de Sistemas de Gestão, Mudanças Climáticas, Inventários de Emissões Antrópicas de Gases do Efeito Estufa e Estudos de Cenários de Mitigação de Impactos Ambientais.
Confira o resumo da tese de doutorado abaixo:
“Esta pesquisa apresenta os potenciais de mitigação de emissões de gases do efeito estufa (GEE) pelo aprimoramento da gestão dos resíduos sólidos urbanos e pela política climática no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro e na Cidade do Rio de Janeiro, de 2020 a 2050. As bases utilizadas foram as comunicações nacionais do Brasil assim como os inventários de emissões de GEE para as três áreas geográficas pesquisadas, através de metodologia elaborada a partir de adaptação à realidade brasileira das Diretrizes para Inventários Nacionais de GEE, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Foram construídos cenários de emissões de GEE até 2050, em função de estimativas sobre a evolução de parâmetros socioeconômicos e tecnológicos relacionados ao tratamento de resíduos. Foram calculados os potenciais de abatimento das emissões nos cenários e seus respectivos custos marginais, assim como os potenciais de ganhos com a geração de energia a partir do tratamento do lixo e respectivos créditos de carbono. Os resultados mostram que a implementação das políticas públicas de resíduos sólidos e, sobretudo, as ações relacionadas à mitigação das emissões de GEE poderão criar grandes oportunidades para viabilizar a expansão da infraestrutura do tratamento dos resíduos sólidos nos municípios brasileiros nas próximas décadas.”
Pesquisadores da Coppe/UFRJ, da Fundación Ambiente y Recursos Naturales (Argentina) e Iniciativa Climática de México apresentam nesta quarta-feira, 21 de agosto, em Salvador, o estudo “Acelerando a Transição Energética na América Latina”, que traz recomendações sobre como Argentina, Brasil e México podem se tornar líderes regionais e globais na luta contra as mudanças climáticas e na adoção de uma transição energética socialmente justa.
Dentre as principais recomendações, estão: a elaboração de uma estratégia de descarbonização setorial e de longo prazo; a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis e redirecionamento dos investimentos para as fontes de energia renováveis; avaliar a implementação de um imposto progressivo sobre os combustíveis fósseis com base no custo social e ambiental do carbono; e a criação de um plano nacional para aumentar a geração distribuída de energia solar.
Entre junho de 2018 e junho de 2019, pesquisadores das três instituições analisaram como os três países estão lidando com a mudança climática no setor de energia, comparando o processo de transição energética em cada país. A transição energética no Brasil será apresentada pelo pesquisador William Wills, do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (Centro Clima), laboratório coordenado pelo professor Emilio Lèbre La Rovere, do Programa de Planejamento Energético da Coppe, que participará dos painéis de abertura e encerramento do evento.
O documento de síntese será apresentado e discutido pelos autores dos três países na Climate Week em Salvador, no dia 21 de agosto. O Instituto Clima e Sociedade - iCS fará a moderação do evento. O texto sumariza ainda os cenários, desafios e incertezas identificados pela iniciativa global “Climate Transparency”, na 4ª edição do relatório Brown to Green, o qual fornece, por meio de mais de 80 indicadores, informação concisa e comparável sobre a ação de mitigação, financiamento e vulnerabilidade dos países do G20. O Centro Clima elaborou o capítulo sobre o Brasil deste estudo.
Climate Transparency é uma parceria global de 14 instituições de pesquisa e ONGs em mudança do clima da maior parte dos países do G20. A parceria tem como missão compartilhada estimular uma "corrida ao topo" na ação climática do G20 para direcionar os investimentos para tecnologias de carbono zero através de maior
transparência.
A apresentação do relatório será feita na sala SDG9 da Cidade do Clima, na Av. Luis Viana Filho, s/n, Salvador, Bahia, das 13h30 às 14h20.
Clique AQUI para conferir mais informações sobre o lançamento do Brown to Green Report, que será apresentado pelo pesquisador William Wills, do CentroClima/COPPE/UFRJ.
Clique AQUI para conferir Brown to Green Report de 2018.
Mais informações podem ser encontradas no site do Climate Transparency.
Nos dias 27 e 28 de julho, os pesquisadores do Centro Clima, Carolina Dubeux e William Wills, estiveram na Bulgária, a convite do Instituto Clima e Sociedade, para participar da Reunião Anual dos Stakeholders da Global View e Carbon Transparency Initiative.
As sessões do evento discutiram os caminhos atuais e futuros de emissões mundiais de GEE com uma série de painéis que tratou das expectativas regionais sobre descarbonização em meados do século e progressos e lacunas em relação às metas de temperatura do Acordo de Paris. Grupos de discussão focaram em possíveis ganhos de escala para soluções já encontradas e que estejam subestimadas (com prêmios para soluções promissoras). Houve sessões sobre temas como as metas de desenvolvimento sustentável e o papel da equidade e governança para viabilizar a ação climática, além de apresentação dos primeiros resultados da Carbon Transparency Initiative (CTI) com o uso de modelos atualizados CTI 2050 para alguns países (Brasil, China, UE, Índia, México e os EUA).
A CTI é um projeto da Fundação ClimateWorks que procura criar um sistema transparente de desenvolvimento de cenários baseados em políticas, tendências de descarbonização e investimentos relacionados à energia. Busca revelar o progresso na construção de uma economia de baixo carbono, a partir da construção de indicadores baseado em análise dos drivers que modal as tendências de emissão.
William apresentou as perspectivas brasileiras no painel “Perspectivas Regionais - Caminhos da Metade do Século - drivers, barreiras, estratégias e ambiente político". Carolina apresentou experiências bem-sucedidas em AFOLU no Brasil como base para a identificação de opções que possam ser ampliadas.
Para mais informações, clique AQUI.